Estamos no Tempo Quaresmal, um tempo especial de conversão que vivemos em preparação a Páscoa do Senhor. Seguindo as orientações da Igreja nesse período, provavelmente os leitores vem realizando um gesto ou penitência especial. Além disso, acredito que muitos já se confessaram, ou estão se preparando para realizar a confissão.
“O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos corpos, que remiu os pecados do paralítico e restituiu-lhe a saúde do corpo, quis que sua Igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação, também junto de seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramento da Penitência e o sacramento da Unção dos Enfermos.”
O Catecismo fala ainda que a Confissão é assim chamada “porque a declaração, a confissão dos pecados diante do sacerdote é um elemento essencial desse sacramento” … “é uma confissão, reconhecimento e louvor da santidade de Deus e de sua misericórdia para com o homem pecador.” (2)
Pois bem, sabendo o que é o sacramento e reconhecendo sua importância, como devo me preparar para realizar uma boa confissão? Existem passos a serem seguidos?
Resumindo as informações contidas no Catecismo, o Youcat (3) lista cinco etapas para a realização de uma Confissão: o exame de consciência, o arrependimento, o propósito, a confissão e a penitência. E esclarece desta forma:
“O exame de consciência deve existir fundamentalmente, mas não tem de ser exaustivo.” Realize um momento de oração, relembre quando realizou sua última confissão, quais os pecados cometidos, inclusive procure relembrar os pecados já confessados e que tornaram a ser cometidos. Como dica: há pessoas que, independente do motivo, prefira anotar os pecados para ler no momento da confissão.
A resposta do Youcat nos reforça: “Sem um real arrependimento, isto é, apenas com uma confissão de lábios, ninguém pode ser absolvido do seu pecado.”
“Igualmente imprescindível é o propósito de, no futuro, não mais cometer esse pecado.” Por esse motivo, relembrar os pecados confessados e que tornaram a ser cometidos pode ser uma boa forma de tornar profundo o arrependimento, fortalecer o desejo de receber o sacramento e solidificar o propósito de não mais cometê-los.
Devidamente preparado, é chegado o momento da confissão: “O penitente tem de expressar o seu pecado diante do confessor incondicionalmente; portanto, tem de se confessar disso.” Pode ser importante ainda relatar ao sacerdote no início da confissão a quanto tempo não se confessa.
Que pecados devo confessar? Claro, sempre que possível, havendo tempo, confesse todos os pecados. Porém o Código de Direito Canônico (4) afirma que para a integridade do sacramento é preciso que a pessoa manifeste verbalmente os seus pecados graves, inclusive citando as circunstâncias que sejam agravantes, com o devido arrependimento. Para tanto é preciso ter consciência do que são pecados graves, mortais, e o que são pecados veniais. Talvez em outro momento possamos abordar o tema aqui no blog.
Fechando essa etapa, a absolvição do sacerdote é o perdão sacramental destes pecados após a confissão do penitente.
“Pertence à Confissão, finalmente, a reparação ou penitência, que o confessor ordena ao penitente, para reparar o dano causado.” Fica claro então que esta penitência é parte do sacramento. É adequado portanto que o sacerdote prescreva um “remédio”, seja ele oração, gesto ou obra, algo que ajude o penitente a sair da “doença” do pecado, motivando-o a praticar ações pessoais e concretas para sair do vício, para realmente converter-se.
E você, como tem vivido esse tempo quaresmal? Partilhe conosco, envie suas dúvidas, não deixe de comentar! Espero que possam realizar todos uma boa confissão, para que, chegando a Páscoa, nossos corações estejam preparados!
Fontes:
1 – CIC 1421. Link;
2 – CIC 1423–1424;
3 – Youcat, pergunta 232;
4 – Código de Direito Canônico, 959 e seguintes. Link.
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