A Igreja Católica constantemente é vítima de críticas de todo tipo, quase sempre baseadas em mitos, ou histórias mal fundamentadas/intencionadas. Por vezes, os católicos também não sabem como esclarecer essas acusações, seja para viver melhor sua fé, ou para respondê-las.
Para contribuir, decidi criar uma pequena lista com 4 mitos muito comuns, e a verdade por trás de cada afirmação.
Obs.: Tudo aqui apresentado está de um modo bem resumido. Para se entender a Igreja é preciso estudar, é preciso ir atrás das Verdades de coração aberto, e não ficar parado em teorias e falsas acusações.
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Mito #1: A Igreja Católica adora imagens e Santos?
Esta é uma afirmação muito comum, geralmente vinda de nossos irmãos protestantes. A acusação é de que, mantendo esculturas, quadros ou pinturas de qualquer tipo nossas casas e templos estamos praticando ou facilitando a idolatria. Esse tipo de crítica pretende se basear nas Escrituras, especialmente do Antigo Testamento, que condenava aqueles que, seguindo a Deus, insistiam em manter imagens de antigos Deuses.
A resposta a esse mito é: Não, nós apenas veneramos as imagens, por elas representarem/simbolizarem Jesus, Maria e seus Anjos e Santos. E veneração não pode ser entendido como um sinônimo às falsas idolatrias do passado; venerar significa a honrar, admirar, respeitar uma pessoa ou um objeto que nos remete a Deus.
Usamos as imagens como referencias na hora de orar, nossas orações estão sempre endereçadas a Deus. Não atribuímos qualquer “poder especial” ao objeto em si; mesmo que em algum caso, por exemplo, alguma conversão ou milagre ocorra diante de um objeto sagrado, imagem ou atribuída a um santo, quem age sempre será Deus. Como não há uma substituição de Deus, então não é uma adoração! Nós também veneramos e nos inspiramos na vida dos Santos que viveram nesse mundo, pois obedientes e capacitados por Deus, eles anunciaram através de suas vidas a Verdade e são modelos a serem seguidos!
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Mito #2: A Igreja Católica adora Maria?
Outra acusação bastante comum, com resposta bastante similar, senão um complemento ao Mito #1.
A Igreja ensina que a adoração é reservada somente a Deus. Os católicos distinguem diversos tipos de veneração (algo que talvez possa ser abordado em outra postagem), um deles específico para Nossa Senhora. Ainda que não adoremos Maria, a honramos pela mãe que foi a Jesus. Contamos com seu auxilio e intercessão para que, assim como ela ensinou/ajudou o Cristo a andar, a falar e agir, ela possa também nos ensinar a viver como filhos de Deus…
O Concílio Vaticano II pede que se incentive esta veneração concreta, mas alerta tanto contra o exagero como contra a falta de nobreza de espírito, ao tratar da singular dignidade da Mãe de Deus, Mãe da Igreja e nossa Mãe.
Portanto, os possíveis excessos entre os fiéis são contrários ao claro ensinamento da Igreja e não representam a correta prática católica. Muitos protestantes, receosos pelos excessos da devoção mariana, tendem a ignorar totalmente Maria.
Podemos responder ainda que a Igreja dá continuidade à tendência das Sagradas Escrituras no que diz respeito a honrar Nossa Senhora. Encontramos um exemplo em Lucas 1, 28.30: “E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. (…) Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus”.
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Mito #3: A Igreja Católica não incentiva a leitura da Bíblia?
Esta é outra afirmação que gera muita discussão, por quase sempre se basear em relatos históricos distorcidos ou interpretados fora de contexto.
A Igreja sempre estimou as Sagradas Escrituras como fonte de fé e a reserva um lugar especial: A leitura pública da Bíblia sempre foi usada nas celebrações e nos Sacramentos, especialmente na Missa, tudo na vida da Igreja é voltado para as Sagradas Escrituras, expressadas em conjunto com a nossa Sagrada Tradição. Essas duas juntas, formam toda a fonte de fé revelada pela Igreja no decorrer dos séculos.
Mas é preciso ter clara consciência de que nem todos podem interpretá-la da maneira que melhor se espera, seja por falta de informações sobre o contexto em que determinados textos sagrados foram escritos, por dupla interpretação, etc. Inclusive devido a possibilidade más interpretações, seja de forma intencional ou equivocada, tantas pessoas se utilizaram (e como não dizer, ainda utilizam) de passagens para justificar suas próprias vontades, iludindo a si mesmas e a muitos outros, até mesmo desviando-se da vontade de Deus.
Ainda que possamos sim lê-la e estudá-la nos mais diversos ambientes, e preciso ter claro que a Bíblia foi organizada pela Igreja Católica: ela foi organizada inicialmente para o catolicismo e não para ser interpretada individualmente. Todas as profecias nela contida são de Deus para o seu povo, então temos que lê-la também em conjunto com o corpo eclesial da Igreja. O Papa Bento XVI, na exortação apostólica “Verbum Domini” nos diz que a Igreja é o lugar onde a Bíblia deve ser interpretada. A Bíblia vem para completar e firmar a fé, por isso deve ser lida no sentido literal, no sentido histórico e no sentido espiritual!
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Mito #4: A Igreja é santa e pecadora?
Quantas vezes ouvimos essa frase não é mesmo? Por vezes até mesmo mencionada por lideranças, palestrantes, etc… Mas a afirmação é correta?
Em um primeiro momento tendemos a dizer que sim. A explicação que recebemos geralmente é: A Igreja é santa pois sua cabeça e guia é Cristo; e pecadora pois é formada por nós, homens, que pecam.
Parece uma boa justificativa, porém não se engane: pecar é se afastar Deus e dos ensinamentos deixados por Jesus e mantidos pela Igreja. Logo, quando pecamos não estamos sendo Igreja!
Sendo assim, refaço a pergunta: a Igreja é pecadora? Não, a Igreja é santa; santa e imaculada, sem pecado. Nós que fazemos parte dela, ou seja, eu e você, é que pecamos. Quem peca são os “fiéis” que se afastam de sua doutrina. Ela é muitas vezes traída assim como Cristo foi por Judas! Porém, nossos pecados pessoais não contaminam a Igreja; pelo contrário, é a Igreja que nos santifica por meio dos sacramentos instituídos por Jesus Cristo, que age nela e de Quem provém toda a Santidade. Conforme nos ensina Pio XII, na encíclica Mystici Corporis, a Igreja é o Corpo Místico de Cristo, a qual tem Jesus Cristo por cabeça, e nós, Católicos somos seus membros. Porém, é importante distinguir, sempre, que nós ‘não somos’ propriamente a Igreja, nós ‘fazemos parte’ da Igreja (assim como meu braço não é meu corpo, eu não sou a Igreja).
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Existem ainda diversos outros mitos que, aqueles contrários a nossa fé, podem vir a nos acusar. Não deixe de comentar suas dúvidas ou deixar sua opinião. Deus nos Abençoe.
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